A Restauração europeia (1814-1848) refere-se à luta por parte dos partidários da monarquia europeia pela legitimidade interna contra os carbonários e por vezes militares que seguiam os ideais jacobinos da Revolução Francesa. Essas guerras espalhavam os ideais de liberalismo e socialismo por toda a Europa.
Os monarcas europeus (como João VI de Portugal, Fernando I das Duas Sicílias, Fernando I da Áustria, Frederico Guilherme III da Prússia, e Carlos X da França) viram esses movimentos como uma tentativa de subjugar seus tronos. Em resposta, eles tentaram afirmar seu conservadorismo e a legitimidade monárquica, mas apenas "jogaram lenha na fogueira". A mudança finalmente se fez claro durante as difundidas revoluções de 1848.
Os monarcas responderam ou abdicando ou aderindo aos princípios democráticos e constitucionais (ver: Monarquia constitucional). Devido à essa conturbada época, após a derrota do jacobitismo e a implantação do protestantismo liberal por parte dos ingleses, o Continente europeu ficou politicamente afastado da Grã-Bretanha e atrasado em relação à Revolução Industrial.
O Congresso de Viena foi uma conferência entre embaixadores das grandes potências europeias que aconteceu na capital austríaca, entre setembro de 1814 e junho de 1815, cuja intenção era a de redesenhar o mapa político do continente europeu após a derrota da França napoleônica na primavera anterior. Este congresso pretendia também restaurar os tronos das famílias reais derrotadas pelas tropas de Napoleão (como a restauração dos Bourbons).
Os termos de paz foram estabelecidos com a assinatura do Tratado de Paris (30 de maio de 1814), em que se estabeleciam as indenizações a pagar pela França aos países vencedores. Mesmo diante do regresso do imperador Napoleão I do exílio, tendo reassumido o poder da França em Março de 1815, as discussões prosseguiram. O Ato Final do Congresso foi assinado nove dias antes da derrota final de Napoleão na batalha de Waterloo em 18 de junho de 1815.
As diretrizes fundamentais do Congresso de Viena foram: o princípio da legitimidade, a restauração, o equilíbrio de poder e, no plano geopolítico, a consagração do conceito de "fronteiras geográficas":
O princípio da legitimidade, defendido sobretudo por Talleyrand a partir do qual se consideravam legítimos os governos e as fronteiras que vigoravam antes da Revolução Francesa, garantindo com isso que os Bourbons retornassem ao poder com a anuência dos vencedores. Atendia os interesses dos Estados vencedores na guerra contra Napoleão Bonaparte, mas ao mesmo tempo buscava salvaguardar a França de perdas territoriais, assim como da intervenção estrangeira. Os representantes dos governos mais reacionários acreditavam que poderiam, assim, restaurar o Antigo Regime e bloquear o avanço liberal. Contudo, o acesso não foi respeitado, porque as quatro potências do Congresso trataram de obter algumas vantagens na hora de desenhar a nova organização geopolítica da Europa
O princípio da restauração, que era a grande preocupação das monarquias absolutistas, uma vez que se tratava de recolocar a Europa na mesma situação política em que se encontrava antes da Revolução Francesa, que guilhotinou ao rei absolutista e criou um regime republicano, a República, que acabou com os privilégios reais e instituiu o direito legítimo de propriedade aos burgueses. Os governos absolutistas defendiam a intervenção militar nos reinos em que houvesse ameaça de revoltas liberais.
O princípio do equilíbrio, defendeu a organização equilibrada dos poderes econômico e político europeus dividindo territórios de alguns países, como, por exemplo, a Confederação Alemã que foi dividida em 39 Estados sendo a Prússia e a Áustria como líderes, e anexando outros territórios a países adjacentes, como o caso da Bélgica que foi anexada aos Países Baixos.
A Restauração Francesa ou Restauração Bourbon é o nome dado ao período histórico francês entre a queda de Napoleão Bonaparte em 1814 até a Revolução de Julho em 1830.
O rei Luís XVI havia sido deposto e executado durante a Revolução Francesa, que acabou sendo seguida pela Primeira República Francesa e, depois, pelo Primeiro Império Francês. Uma coligação de potências europeias derrotou Napoleão em 1814, encerrando seu império e restaurando a monarquia para os herdeiros de Luís XVI.
A restauração durou desde aproximadamente o dia 6 de abril de 1814 até as revoltas populares da Revolução de Julho de 1830, exceto por um período em 1815, conhecido como o "Governo dos Cem Dias", quando Napoleão voltou de seu exílio e depôs Luís XVIII com ajuda do exército e da insatisfeita população francesa. Ele acabou logo depois sendo derrotado na Batalha de Waterloo e Luís XVIII voltou ao trono.
Durante a restauração, o novo regime Bourbon era uma monarquia constitucional e, diferentemente do Antigo Regime absolutista, tinha limites ao seu poder. O período foi caracterizado por reações bem conservadoras e, consequentemente, pequenas, porém constantes, perturbações e agitações civis. Nesse período também ocorre a recuperação do poder da Igreja Católica na política francesa.